Da próxima vez

Só aqui na Alemanha vim ter a nocao exata do que é o primeiro mundo. Primeiro mundo é vc sair na rua sem medo de ser assaltado. É vc esperar o onibus no ponto sabendo o horario que ele chega, qual o proximo ponto e que ele vai parar sem vc fazer sinal. É saca dinheiro no caixa eletronico uma da manha sem medo de ser sequestrado. É ter um transporte público eficiente. É o estado dar a contrapartida do pagamento dos seus impostos. É o estado bancar seu custo de vida caso fique desempregado. É rua limpa. É coleta seletiva de lixo. É respeito ao pedestre. É respeito ao cidadao. É poder contar com uma polícia honesta e bem equipada. É organizacao. Limpeza. Polidez. É coerência.É grandeza e soberania. É também preconceito de origem, mau humor, medo de terroristas...nao consigo achar mais defeitos. Eles existem, sao muitos, mas nao chegaram a me tocar. Quem sabe da próxima vez.

Últimas impressoes

Finalmente consegui postar alguma coisa aqui da Alemanha. Prometi para mim mesmo que ia tentar escrever por aqui umas impressoes que eu tive do país, mas a correria da feira acabou naum permitindo. Bem, vou comecar de trás pra frente, com uma coisa que conversando com o dono da casa onde estou que descobri. Um dos meus assuntos preferidos: religiao. O cara me fez uma revelacao incrível. Aqui na Alemanha, como aí no Brasil, existem católicos e evangélicos, como representantes do cristianismo. Só que a diferenca é que por aí, os católicos sao os porra-loucas, ou seja, a grande maioria frequenta outros cultos nao cristaos, bebe, fuma, joga etc. Aqui nao. Os tortos, como me disse o Harald, meu anfitriao, sao os evangélicos e os quietos, os que andam na linha, os católicos. Nao consegui pegar o porquê, mas isso serve para as pessoas que acham que o que se passa no Brasil é o que se passa no mundo. Que nao tem conhecimento da diversidade de culturas, da história das religioes e acha que estao no centro do universo e por isso mesmo, chamam católicos de nao cristaos e se julgam o povo a ser salvo por Deus. O mundo é imenso e só viajando por ele é que se descobre o quanto é diverso. Por isso, respeitem-se. Respeitem as crencas dos outros. Sejam inteligentes. E isso serve para tantas outras coisas, que teria que gastar 2 MB de textos para descrever. As impressoes comecaram.

Outono distante

Porque as manhãs ensolaradas de outono são mais bonitas do que as de verão? As primeiras têm a luminosidade ideal, os tons de azul mais bonitos, a temperatura ideal. As outras não. São claras demais, não dá nem para abrir direito os olhos sob o risco do sol escaldante cegar. A temperatura é "warm". No verão transpira-se por bicas. Será assim também no outono de nossas vidas? Naquela idade em que enxergamos as coisas com maior serenidade. Sob a luz ideal, o foco nítido. Sem o calor efusivo daqueles verões onde extravasávamos o que tínhamos e o que não tínhamos. Penso que o outono da vida é um época de equilíbrio, sensatez, serenidade, de maior capacidade de julgamento. De saber receber críticas e transfomá-las em trunfo. De saber ensinar ao próximo, aquilo pelo qual tomou porrada toda vida. De ser definitivamente o senhor de si mesmo. Quando será que chega o outono?

Pago pra ver

Outro dia escrevi aqui que este seria um ano de mudanças. E a coisa está se reforçando cada vez mais. Hoje, depois de três anos, tomei uma decisão dura: abandonar o Hattrick. Muitos nem sabem do que se trata e nem vou perder tempo aqui explicando. Tempo aliás tem sido uma das coisas mais preciosas ultimamente. Depois do sono é claro. Esse é sagrado e número 1, pelo menos até eu ficar velho e passar a acordar 5 horas da manhã para aproveitar mais a vida. Tudo está se transformando rápido. Sinto um ano de muito crescimento pessoal e profissional. Estou sendo, chato, repetitivo e cansativo, mas estou tão surpreso com certas coisas que estão passando pela minha cabeça, que nem estou mais me reconhecendo. Felizmente é tudo para o bem. O peso das mudanças vou sentir, mas aguentar firme, porque elas estão me trazendo sensação de bem estar, apesar dos momentos de enfado. Me pergunto agora, o que vem por aí? O que virá até o fim do ano? E nos outros anos? Tantas perguntas, poucas respostas. Vivendo a vida é que vou saber. E pago para ver.

Pés sujos

Dizem que nossa vida, nossa personalidade, muda a cada 7 anos. São ciclos naturais do Homem. Sendo verdade ou não, chego a beira de iniciar o quarto ciclo - faço 28 anos em novembro - e já percebo que minha vida pode estar dando uma guinada. Na verdade posso estar apenas deslumbrado: estou fazendo pós, estou conhecendo outro mundo. Abrindo caminhos que não sei se serei convocado a trilhá-los, mas abrindo, sempre. Na vida profissional, no entanto, ainda pouca mudança. Evoluindo dentro de minhas limitações, oscilando entre o bom e o mediano - confesso que às vezes muito mais mediano do que bom. Mas como sou bem crítico comigo mesmo, sou suspeito para falar. Enfim, voltando ao tema original, pode parecer impressão, mas algo novo vem aí. Caso esse ano, vou ser definitivamente dono do meu imenso e italiano nariz, construirei uma família. Pode pareecr pouco pra quem vê de fora, mas é muito para quem outro dia chegava em casa com os pés sujos de jogar bola na praça. E assim segue a vida...

Saindo de fininho

Tenho notado um fenômeno interessante na internet. Ultimamente algumas pessoas vêm excluindo o seu perfil do Orkut. Os motivos, embora os mais variados, sempre embutem algo com relação à superexposição da vida da pessoa. Seja porque isso gera problemas no relacionamento, seja porque simplesmente as pessoas não querem mais ter suas vidas devassadas no popular site de relacionamentos. Salvo engano muito grande, creio que depois da onda orkuteira iniciada há quase dois anos - não sei a data de lançamento do site - o climax já foi alcançado e agora a tendência é de um arrefecimento "lento e gradual" até que pouquíssimas pessoas ainda terão seus perfis expostos e, a essa altura, estarão fazendo de tudo para resguardar sua privacidade. A propósito é essa a palavra chave. Alguns estão surtando com a possibilidade de terem seus scraps/testimonials/perfis devassados e aos poucos vão se retirando. Não querem ficar se não podem criar um personagem que substitua quem realmente são. Apesar de minhas limitações acadêmicas, creio que esse será um tema muito recorrente na grande rede nos próximos anos. Como navegar e tirar tudo que a rede pode te dar sem expor suas mais íntimas características, vitórias e derrotas? A resposta não tenho, mas sigo no Orkut, que, no meu caso específico, trouxe mais benefícios do que agruras.

Judas e Carequinha

Essa foi uma semana de baques. Depois da morte do Carequinha na quarta-feira, acordo nessa manhã linda de outono e descubro que na verdade Judas não traiu Jesus. Fora o próprio filho de Deus que o pedira para entregá-lo. Isso traz consequências enormes ao cotidiano da sociedade judaico(?)-cristã. Não poderemos mais chamar de Judas aquele X9 que delatou a graninha que você deu pro guarda. E no sábado da paixão? A quem malharemos? Pense nas crianças - e adultos - que não vão ter um boneco para esmurrar um dia antes da páscoa. Começo a ficar apavorado com as revelações do mundo moderno. O que descobriremos amanhã? Que Deus na verdade é brasileiro e comanda o tráfico na Rocinha? Que Lula é Deus e cujo filho - dono da Gamecorp - vai voltar à terrinha e salvar o seu povo (os pernambucanos)? Tenho medo. E quem tem medo tem c...ou é o contrário?

Abstemia

Resolvi parar de beber. Não assim de uma vez, mas aos poucos. Na verdade, minha intenção é chegar numa festa, tomar três cervejas e depois só refri. Na verdade, também quero abolir o refrigerante, que segundo uma fonte não confiável, equivale a uma colher de açúcar. Será? Porque isso? A cerveja é boa, mas em excesso o álcool (aprixamadamente 5% da cerveja) traz muitos males. Ao fígado, ao cérebro e ao bolso, os três maiores, a meu ver. Levando em consideração que em uma festa bebo cerca de 10 latas de cerveja e que por ano tem pelos menos umas 24 festas dessas, se eu reduzir a quantidade para duas, vou estar ingerindo apenas 840 ml anuais de álcool, contra 4,2 l anuais na situação anterior. O MBA em finançs começa a surtir efeito, mesmo antes de efetivamente começá-lo.

Na profissão errada

Hoje concluí que estou na profissão errada. Putz, fui parar no lugar cujo nome começava com "Cabaré", por isso o nome do blog. A primeira impressão que tive é que só jornalista vai naquele antro. Não, nada demais, mas descobri que esse pessoal criado na zona sul/barra/tiuca não sabe se divertir. POrque se aquilo é diversão, eu tô com medo do que vem a ser depressão pra eles. E alguns pareciam estar gostando. Eu fiquei no me canto, conversando com um amigo, pois nunca vi tanto mal gosto para se divertir na minha vida. A probabilidade de alguém sair dali e se suicidar é de 1/2, ou seja, a cada dois que saem, um se mata. Eu sobrevivi, e vc?