quarta-feira, dezembro 27, 2006

Eu, Tatiane e Karina

Finalmente, eu, Tatiane e Karina resolvemos sair e tomar um chopp. Botar tudo a limpo. Foi maravilhoso. Conversamos, rimos muito e pela primeira vez a Tatiane aceitou o fato de eu colocar mais uma pessoa no nosso relacionamento. Karina me olhava com um olhar sempre sedutor. Os olhos verdes me fitavam com um ar de “vem eu te quero”. Tatiane teve de se render a ela. Ela entendeu que Karina é irresistível e aceitou um relacionamento a três.

Saímos do chopp num bar da Lapa, pegamos o meu carro e, rindo e contando piadas fomos rumo ao Leblon. Paramos o carro em frente à praia e fomos dar uma volta. Karina e Tatiane conversavam alegremente enquanto eu olhava as duas e pensava. Brincamos os três na areia, como se fôssemos crianças. Os risos não deixavam de escapar das nossas bocas um só momento. Nos divertimos. E no final decidimos que Karina viria morar conosco

Chegamos em casa, tomamos um banho refrescante, os três juntos. Fomos para o quarto. Deitamos os três na cama e fizemos o mundo parar. Os detalhes vou deixar por conta da cabeça da leitora. Mas posso garantir que foi uma noite inesquecível. Juras de amor para lá, beijos e abraços para cá. Por ser novidade, dei um pouco mais de atenção à Karina do que a Tatiane. Mas acredito que com o tempo a situação vá se reequilibrar.

Eu sei, bigamia é crime. Mas não estou casado no papel com as duas. Só com a Tatiane. Karina só vai morar conosco. E o que acontece aqui dentro não é da conta da lei. Estamos felizes vivendo juntos.

No dia seguinte, acordamos e levei café na cama para as duas. E um pouco de fogo também. Pra começar o dia não há nada melhor. Karina continuava com aquele ar sedutor, aquele ar que só ela consegue fazer. Com seus seios fartos a mostra e um gorro de Papai Noel deixado aqui na segunda por uma prima da Taty, nos divertimos de novo. Dessa vez só eu e ela. Atenção integral. Taty estava no banho.

Karina resolveu colocar um piercing em minha homenagem. Eu e Taty insistimos pra ela tirar aquilo. Embora eu achasse bonito, tinha medo de que aquilo a ferisse. Karina me contou depois que não passava de um piercing de pressão. Menos mal. Agora linda e sem perigo se machucados indesejados.

Fui tomar um banho. Quando saí, Karina já tinha ido para o trabalho, mas deixou uma foto num porta retratos. Com ela, um bilhete, dizendo para eu não esquecê-la. Como eu podia? Não vejo a hora de ela voltar pra casa.

Tentativas e desistências....

Elas tentam ser duronas, tentam, tentam e tentam, mas no final eu acabo tendo razão.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Obrigado Deus

Hoje não inventarei nenhuma teoria tosca. Dessas que venha escrevendo nos últimos posts. Não falarei de rubores. Não falarei nem de meninos nem de meninas. Não falarei das finanças. Nem muito menos de músicas, nem de poemas. Não falarei sobre nada. Porque um dia, pelo menos um dia, eu tenho que ficar quieto e refletir.

Um dia depois do Natal. Mais um Natal que não fiz o que deveria ter feito. E fiz o que não deveria. Me rendi mais uma vez ao argumento consumista de que devemos nos presentear uns aos outros nessa data. Amigos-ocultos. Álcool. Nada do que deveria ser realmente o Natal, um momento de reflexão, para pensarmos no que o aniversariante representou e representa para o mundo.

Mas também tenho que agradecer por poder ter tido meus pais ao meu lado. Tenho que agradecer todos os dias por isso, porque imagino a dor de quem não os tem para dar um abraço na noite de natal. Se tenho que agradecer, lá vai e a quem diz respeito. Obrigado Deus por mais este natal.

domingo, dezembro 24, 2006

Esses grandes olhos...


Natalia ::: Got Bling?
Originally uploaded by *tdl*.
Domingo, 01h15m da madrugada. Surge uma idéia. Resolvo escrever um texto. Bobo como todos os meus. Fiz uma descoberta. Um lampejo em minha mente me mostrou algo que estava na minha cara. Uma coisa tão tosca, que você leitora, talvez pare por aqui. Ainda assim me arrisco a ser chamado de idiota.

Gastei minha energia escrevendo um belo dum nariz de cera – como dizemos no jornalismo de um texto ou parte de um texto totalmente inútil e dispensável – e ainda não disse nada. Mas eu prometo. Não sei se ainda neste parágrafo. Mas como eu quero terminá-lo em quatro linhas do Word, talvez eu tenha que começar. Não vai precisar mais, já deu quatro linhas. Passou.

Pronto, agora vou eu. Direto e seco. Descobri que existe uma conspiração universal cujo objetivo é afastar cada vez mais os seres humanos uns dos outros. Tá certo que a conspiração tem se saído mal até agora. Mas ela existe e disfarçada de um nome conhecido de todos nós: tecnologia.

Começo com a mais famosa de todas. A Internet. Ela foi instituída com o único e definido propósito de nos separar. Ao enviarmos um e-mail a alguém, não precisamos mais falar diretamente com aquela pessoa. Evita-se um contato mais próximo. Não precisamos nem ouvir a voz do seu interlocutor. Uns bytes e está resolvido.

E hoje é melhor. Tem lá o orkut, onde você pode fuxicar o perfil daquele seu amigo distante. Saber o que aconteceu com ele. Se casou, foi promovido ou se virou gay. E na necessidade de lhe falar algo, o scrapbook está lá sempre a postos, pronto para receber qualquer reles mensagem besta.

Mas essa história vem de longe. Veja o telefone. Quando não havia telefone o que acontecia? As pessoas iam conversar. Se aproximavam. Sentiam o calor da outra. Podia ver o suor escorrendo do rosto com uma pergunta difícil. A emoção era indisfarçável. Uma palavra mais ousada e a recompensa maior: ver o outro ruborizado. No telefone não. Só pulsos elétricos traduzidos em voz. Um simulacro da realidade, como eu costumava ouvir muito na faculdade de jornalismo.

A TV é outra vilã dessa liga de super-heróis pelo avesso. Reúne-se a família na sala. Todos em volta da TV. Uma palavra basta para ouvir um sonoro cala a boca. Embora próximas umas das outras, cada uma das pessoas em volta da caixinha mágica vai viajando nos pontos luminosos produzidos na tela, de acordo com sua própria experiência de vida. O contato é repelido. A intercomunicação também. Os casais na cama vêem TV até dormir. Coitada da natalidade.

Pelo menos o cinema não era – e ainda não é – assim. O casal ia lá. O filme era apenas uma desculpa para um beijo roubado. Uma mão mais ousada. O beijo sem pudor. O início de uma trilha que todos sabemos onde ia dar. Hoje compra-se um DVD pirata no camelô da Graça Aranha. E mesmo com as legendas todas erradas, finge-se estar se divertindo com os delírios hollywoodianos.

Se eu for continuar, não vai haver mais espaço e nem paciência da leitora. É o ar-condicionado, o microondas, discmans, mp3, mp4, playstation, cd-player, auto-radio e o escambau. A saída? Fazer o melhor uso dessa ferramenta para se aproximar do outro. Usar o e-mail para marcar um chopp. O orkut para marcar um encontro. Chamar ela pra casa pra ouvir um cd naquele moderníssimo home theater, mas em cima daquele sofá quente e aconchegante.

Nada substitue o olhos nos olhos. O calor da fala. O rubor. O riso excitado. O charme declarado. Uma saia, um vestido. O beijo. Ah o beijo. O toque. O contato total entre dois corpos. O pré-sexo. O sexo. O pós-sexo. Agarrado com ela na cama. Fazendo um carinho. Sentindo o calor. Se entregando. Isso é o que a conspiração tecnologia está tentando criar. Ainda não é possível. Eu fico com o rubor do rosto dela.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Coisas do Brasil - II

Deu no Globo: Inocentes passam um ano presos injustamente

Isso não é jabuticaba, mesmo.

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Uma pesquisa do IBGE revelou que dos brasileiros que moram sozinhos a maioria são mulheres. A Míriam Leitão em sua coluna diária postulou algumas teses para tal fenômeno. Seria porque elas simplesmente querem? Ou porque tem relações afetivas modernas? Ou apenas um dado que revela o aumento da solidão? Eu digo que não tenho a menor idéia. Mas algumas coisas me passaram pela cabeça.

As mulheres hoje estão mais preocupadas em analisar os defeitos dos homens do que viverem suas próprias vidas. Este blog é a maior prova disso. Nele, a autora gasta toda sua energia falando das coisas que fazemos que não a agrada. No mundo que ela vive, as mulheres são os seres perfeitos, os homens, uns monstros.

E ao passarem todo esse tempo nos analisando, esquecem de si mesmas, se anulam, vivem em função do que nós gostamos ou deixamos de gostar. Isso não tem nada a ver com o fato de morarem sozinhas, é óbvio, mas sim com o fato de se sentirem sozinhas. E tenho muitas amigas que estão nessa situação.

Se sentem assim, porque são cheio de neuras. Porque a transição de mulher bem-comportada-subserviente-ao-marido para a mulher independente dos dias de hoje as deixou numa cilada. Eu digo que algumas se saem muito bem, mas outras, são um completo fiasco. Se preocupam com o que não deviam se preocupar e não ligam para o que realmente importa.

O que realmente importa? Viver e ser feliz. Sem pensar se vai dar na primeira noite ou não. Sem pensar se devem ligar de volta ou se devem aguardar o príncipe encantado e seu cavalo branco dar as caras. Não há padrão. Fazer o que o coração manda é o "certo". Bom senso ajuda.

Já me falaram que eu estou chato hoje e é possível que eu esteja. Afinal, tô cansado de ser o legal o tempo todo. Ser o compreensivo. O descontraído. Hoje, pelo menos hoje, quero ser chato. Amanhã não sei. É minha vida. É agora ou nunca.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Invenções

No Tecnochica, blog de tecnologia voltado para mulheres, o último post fala dos melhores inventos de 2006, eleito pela revista Time. Entre eles um ferro de passar com pernas (sic), o Youtube (meu preferido), o novo console da Nintendo, Wii e um veículo que percorre 5 mil km com quatro litros de combustível. Tem ainda uma camiseta com bluetooth, capaz de se comunicar com tecnologias a sua volta.

Todas muito bonitas, muito legais. Aí vem aquela famosa pergunta: o que mais falta inventar? Na verdade, se pensar bem, tem muita coisa. Fiz uma reflexão de coisas que acredito serem realmente viáveis de serem inventadas - ou implantadas - nos próximos anos e montei uma listinha. Eis alguns do gadgets que eu gostaria de ver por aí

10 – Barbeador eletrônico, capaz de fazer a barba em segundos
9 – Remédio antiressaca eficaz (que elimine a ressaca na mesma hora)
8 – Celular com holograma
7 – Pára-brisas eletrônico (que mostre onde ir, sem ter que desviar a atenção do motorista no trânsito)
6 – Banho a seco (para os dias frios. Sim eu gosto de tomar banho...rs)
5 – Almoço instantâneo (os mais deliciosos pratos em segundos)
4 – Passeador eletrônico para cachorros
3 – Carros voadores
2 – Bicicletas elétricas portáteis (que vc pode dobrar colocar dentro do metrô e seguir viagem)
1 – Guarda-chuvas portátil, climatizado e a prova d’água (sem chances de uma gota atingir o usuário)

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::Faltam: 14 dias para minhas férias

::Ouvindo: Esporro do chefe

::Puto: Porque tá chegando o Natal

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Dias difíceis

Galerinha...o blogueiro aqui anda em fechamento e, portanto, impossibilitado de escrever por aqui. Me aguardem, logo logo estarei de volta.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Em busca de um sim

Às vezes sinto necessidade de falar sobre minhas fraquezas. Uma em especial me incomoda muito. A incapacidade de puxar assunto com um desconhecido, seja no ônibus, no metrô ou na fila do banco. E olha que tenho vontade. Outro dia mesmo eu estava no trem, do lado de uma menina. Ela puxou um papel de uma pasta e eu, curiosamente, li. Ela fazia jornalismo e estava com uma declaração de estágio nas mãos.

Era o mote. Eu podia ter puxado papo, afinal sou jornalista e ela uma estudante no início da faculdade. Teríamos coisas para conversar e os 50 minutos de trem até Realengo iam passar mais rápido. Mas nada. Eu não tive coragem de falar um “ah”. Um “oi, você faz jornalismo?”.

Eu não sou tímido. Não o tímido no sentido puro da palavra. As pessoas que tenho intimidade sabem que não sou. Às vezes consigo até me sobressair no meio delas, não que eu sinta vontade disso, mas acontece. Dependendo do ambiente, muitas vezes sou o mais extrovertido de todos.

Quando me pego me analisando sobre os motivos para tal fraqueza a única resposta que encontro é o medo da rejeição. Nunca gostei de tomar um não. Seja de flertes, seja um outro não de menor importância. Uma primeira negação basta para eu ir buscar um sim por aí. Outro dia alguém me disse “o não não dói”. Mas para mim acho que deve doer, tal o medo que tenho dele.

E buscando mais a fundo os motivos de tamanha bobeira, não tenho idéia de onde surgiu essa minha neura. O medo da Brigida – era esse o nome dela – olhar para mim e dizer “e daí que você é jornalista?” ou fazer uma cara de nojo qualquer. E olha que não era um flerte.

Me diga cara leitora, você conversaria comigo no trem?

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Coisas do Brasil - I

Como disse Ruy Barbosa uma vez há muito tempo: tudo que tem no Brasil e não é jabuticaba, não pode ser coisa boa. E assim dou início à série coisas do Brasil

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Deu no Globo:

Pena de prisão por tentar furtar manteiga

A doméstica Angélica Teodoro foi condenada a quatro anos de prisão em regime semi-aberto por ter tentado furtar um pote de manteiga de R$ 3. Ela disse que não suportava ver o filho com fome.

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::Ouvindo: Columbia (indicação de Zaira Brilhante)

::Faltam: 25 dias para as férias

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Vômitos da mente – Parte III

Da minha janela vejo o mar
vejo a baía
as árvores
os barcos
os carros

três marinheiros,
caminhando em terra firme,
um monumento erguido em homenagem ao nada,
trabalhadores de uma obra já terminada

Vejo um céu cinza
Com uma moldura azul bem ao fundo
A bandeira hasteada, trêmula e impávida

Barquinhos enfeitam este quadro
Como nos desenhos da infância
São cinco, e vão rumo ao nada

Porque o nada é o que não faz sentido
E não fazer sentido é como não ser nada
Sem ter um sentido eu não faço
E sentido, procuro os barcos que sumiram


::Ouvindo: Romance Ideal – Paralamas do Sucesso

::Faltam: 26 dias para as férias!!!!

“These days, the stars seem out of reach”

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Vômitos da mente - Parte II

Seus olhos e seus olhares,
alguém já escreveu isso,
ainda assim não deixam de ser tentações
os doces lábios cujo sabor já esqueci

Será que ainda guarda o gosto daqueles dias
Jovens dias, longas noites de espera
Danças inventadas puxando para si
os corpos masculinos ávidos pelo seu

Do vinho seco você disse que gostava
Queria bebê-lo todo com você
Bêbe-la-ía por igual
E bêbado, cairía desfalecido

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Oportunidades e conquistas

Quando o lance era azaração, sempre – pelo menos até os 17 anos – fui o cara que perdia todas as oportunidades possíveis. Não cara leitora, nessa idade eu já tinha lá meus casos, minhas confusões, saía com uma aqui, deixava outra ali e a vida seguia. Mas sempre tive muita dificuldade, por exemplo, em perceber que alguém estava me “dando mole”, por mais que, analisados os fatos friamente, isso estivesse na cara.

Isso me remete a 1996, num janeiro que passei em São Pedro d’Aldeia na casa de um amigo. Eu tinha ido “na fita” de uma prima dele, ou seja, tava tudo certo para eu ficar com ela, embora tivéssemos nos visto pouquíssimas vezes em sua casa. Chegando lá, percebi que haveria mais gente, outras duas meninas – A. e B. para preservá-las.

A. não importa para essa história. Já B., era loira, tinha olhos verdes, corpo escultural, linda, absolutamente linda, simpática e com senso de humor, qualidade que eu admiro deveras nas mulheres. Ainda me lembro no dia que ela chegou na casa, eu estava fingindo que estava dormindo na sala e ela ficou olhando assim por algum tempo para o meu juvenil corpo sem camisa. Eu ali nos meus 17 anos, pensei “sem chances para mim”. Passou.

À noite, saímos todos pelas ruas de São Pedro. Fomos dar uma volta pela cidade, afinal era só férias, não havia nada demais acontecendo. Se é que acontecia algo de bom por lá em alguma época. B. não saía de perto de mim, era super agradável, ria contava piada e o otário não percebia o que ela queria. Não rolou nada nesse dias, estávamos nos conhecendo. Na verdade eu não conhecia as manha femininas, que hoje sei muito bem como são.

Eu estava super afim, esquecendo da possibilidade que a prima do meu amigo ia chegar no dia seguinte e estava meio que certo que ficaríamos. Ela chegou, eu fiquei na minha “vou ver qual é da B. primeiro”, analisei. No sofá, vendo TV, não me lembro qual o assunto surgiu, que B. fez questão de dizer na minha frente que tinha namorado e ficou falando bem do cara, que tava com saudades e bla bla bla. Eu entendi aquilo como um fora. E fiquei com raiva. ”Num dia me instiga, no outro fala em namorado”, pensei.

Saímos todos nessa segunda noite. Achando que não teria mesmo mais chances com a loira escultural, parti para a prima do meu amigo. Fiquei com ela aquele dia e todos os outros dias praticamente. Quando eu e T. voltávamos de um cantinho escuro lá do centro da cidade, achei B. de porre perto do carro vomitando muito. Não associei uma coisa a outra.

No dia seguinte vieram me falar que a causa do porre era eu. Fiquei transtornado. Eu queria aquela loira, linda, gostosa, maravilhosa e fiquei com a mais ou menos. Merda. Fui recuperar o tempo perdido, mas era tarde. As pessoas da casa já tinham me associado com T., aquele papo de tá namorando, tá namorando. Enfim, oficialmente fiquei com T., mas a noite quando ela dormia, eu ia para cama de B. “colocá-la para dormir” e passar minutos mágicos ao seu lado. São horas que ficaram e ficarão para sempre na minha lembrança. Mas era f...porque tudo tinha que ser escondido então não consegui aproveitar tudo aquilo na plenitude que tinha que ser.

Acabaram as férias, eu e T. não mais ficamos. E não vi mais B. naquele ano. Só no ano seguinte pude recuperar mesmo o tempo perdido, quando fiquei com B. pra valer, sem precisar me esconder. Mas já tinha perdido a graça para mim. Já a havia conquistado. É a conquista que sempre me fascinou. Talvez por isso mesmo eu perdi algumas oportunidades no caminho. Mas sempre há tempo de recuperá-las.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Vômitos da mente - Parte I

O doce novembro se foi
numa fria tarde de junho
na nova América do mundo
Como numa música de Caymmi

Só eu não tinha percebido
a distância daquele tempo
revelada no território
de um povo nômade da África

O que era belo se tornou comum,
nem de longe um retrato do passado,
perdeu o brilho de outros dias
deixado no circo da vida,
na universidade do amor

quarta-feira, novembro 29, 2006

O time da virada



Olha, eu sou um cara que tende sempre à ingenuidade. Mas me parece que o governador eleito Sérgio Cabral vai fazer um bom governo. Não digo que ele vai solucionar os problemas do estado, sobretudo na área de segurança. Mas em outras áreas, pelo time que está montando, tem tudo para ser melhor do que os oito anos do casal Rosinha e Garotinho.

Hoje ele fechou o último secretário - o da Fazenda -, o ex-secretário do Tesouro, Joaquim Levy. O Victer na Cedae também tem tudo para dar certo. Minc no meio ambiente é também uma boa escolha. O cara da segurança - cujo nome não me recordo agora - também tem boas credenciais. Está conversando muito com o Aécio Neves, que tem uma enorme aprovação em MG e colocou as contas do estado no eixo.

Mas como bem sabe a leitora - sobretudo a Suzi -, no papel, time não ganha jogo. Tem que entrar com vontade e determinação de vencer. Eu torço por ele, pelo Rio e pelo Vasco. Afinal, ele é vascaíno.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Observações e opiniões

O que mais faço quando ando pela rua é reparar nos outros. No jeito como as pessoas falam, como se vestem, o tipo de atitude geral diante da vida. Na minha vida particular, acabo sendo assim também e reparando muito nos que estão à minha volta. Um dos meus últimos objetos de observação tem sido o relacionamento das pessoas com a religião. O que tenho visto é que hoje se dá muito mais valor a mostrar para os outros que se tem determinada crença do que buscar a essência da seita a qual se freqüenta.

Cada vez mais tenho a nítida impressão que o que importa hoje é fazer parte de um grupo. Basta isso. Como se tivéssemos voltados a ser índios e fossemos obrigados a ter uma tribo. Essa tribo para muitos é a religião. No dia-a-dia vejo provas irrefutáveis disso.

Um exemplo – e é sempre o meu preferido – são os cristãos protestantes, carinhosamente apelidados de evangélicos por aqui. O que se vê são pessoas paranóicas com a possibilidade de arderem no lago de fogo e enxofre pelo resto da existência da alma. Por isso, só ouvem os cantores evangélicos – que vendem milhões de CDs e ficam ricos assim como os artistas Pop – vêem filmes de Jesus, colocam roupas, adesivos no carro, têm revelações a cada minuto, colocam frases no plano de fundo no computador. E no fim, se esquecem da essência dos ensinamentos de Jesus, que se resumem em Amar Deus sobre todas as coisas e ao próximo – e é nessa parte que falham, sempre – como a si mesmo.

E o melhor é que ficam abitolados, tudo é aviso, tudo é revelação, tudo é demônio. Se alguém está doente, é o espírito da doença que está freqüentando a pessoa. Se está sujo, é o espírito da imundície. Não serão simplesmente estados de espírito? Não fica melhor assim, do que achar que há um demônio na sua casa trazendo problemas para tua família? O que eles estão fazendo na igreja aos domingos e abrindo espaço para esse tipo de coisa freqüentar as vida deles?

E outra. Ainda vou parar pra contar, mas as palavras satanás e demônio são mais repetidas nos cultos do que as próprias palavras de Jesus. E têm sonhos com tudo, com magia negra, com seqüestros, macumbas – em geral já freqüentaram rituais de magia – sempre com coisas ruins. Geralmente – eu disse geralmente não é regra – são perturbados espiritualmente por opressões malignas e outros bichos. Será que isso tudo é tão bom assim para a vida de uma pessoa? Afinal a vida tem que dar certo aqui ou só lá do outro lado?

Os outros objetos de observações têm sido alguns budistas conhecidos. Esses não têm o mesmo problema dos protestantes, pois são mais discretos. Mas também acho que só são budistas por serem, porque é realmente uma doutrina interessante, mas suas essência, dificilíssima de ser seguida, por uma cabeça nascida em terras ocidentais. O que sobra é usar o dialeto próprio, falar palavrinhas – ou mantras – em japonês, desejar boa sorte para todos, mas no fundo não estão nem perto daquilo que deve ser o objetivo da religião. Pelo menos os que eu conheço, não considero pessoas assim crescidas espiritualmente – que acho que é o objetivo de todas as religiões –, são normais, como eu e a estimada leitora.

Se for continuar a falar de cada uma das religiões e a postura dos seus seguidores, vou ter de ficar o dia todo escrevendo e talvez o Google me cobre por isso. Sim, as pessoas têm defeitos, eu acumulo milhões deles. O ponto é que é extremamente difícil seguir uma seita, mas facilmente se gabar por fazer parte dela. E por isso as pessoas não crescem, não melhoram, continuam com as mesmas mesquinharias de sempre, as mesmas picuinhas, os mesmos malditos preconceitos. O que cresce é a hipocrisia e com ela uma piora constante do mundo e das interações entre as pessoas. Uma pena.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Confiança

Algo que me incomoda muito em mim é o fato de eu não passar confiança para as pessoas. Me deixa sinceramente chateado, porque sou o mais fiel dos amigos quando considero muito alguém. E tem muitas pessoas a minha volta que considero muito atualmente. Que pena que não confiam em mim. Eu é que sou burro e confio demais nos outros.

Provavelmente isso acontece porque sou "doidinho" como dizem alguns. Ou talvez seja tudo uma grande paranóia da minha cabeça, o que é bem provável que seja. Afinal, são elas que me fazem escrever tanta besteira aqui. E o pior, ainda ser lido. Vocês deviam eram jogar tomates e melancias em mim.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Looking ahead

Eu em mais uma tentativa de ver o futuro. Nunca consigo

A vida é engraçada né? Me lembro quando eu era mais jovem de que ficava imaginando quem seria minha esposa, onde eu trabalharia, se eu teria filhos e onde eu iria morar. Realmente não dá para planejar a vida nem imaginar muito como ela será daqui há alguns anos. As coisas simplesmente acontecem e ninguém tem controle absoluto sobre elas.

Por exemplo, a Tatiane, minha esposa. Quando, que no dia que eu a conheci, imaginei que ela seria minha mulher, possivelmente e provavelmente a mãe dos meus filhos. Ela era simplesmente uma menina bonita, ali, parada no caixa, que me olhava de vez em quando e que eu achava que não teria maiores chances.

Um dia a gente ficou, ficou e foi ficando. Acabou rápido, porque ela era na época uma pulada de cerca. Os anos passaram, terminei meu antigo relacionamento e um belo dia, uma mensagem no ICQ – sim, eu usava isto – dizendo que estava com saudades desencadeou uma série de eventos que foi culminar no último dia 16 de setembro.

E quanto a morar. Nunca passou pela minha cabeça que um dia viria morar no Real Engenho. Para os mais íntimos Realengo (contribuição cultural de Zaira Brilhante). Nasci em São Cristóvão, morei em Ramos até os seis anos, depois na Penha, onde a maior parte das coisas legais da vida aconteceram. Suburbano sei que eu seria, mas não lá no cafundó do Judas, lá na Zona Oeste. Apesar da distância, gosto de lá.

Trabalhar também sempre foi uma incógnita. Nunca havia pensado em ser jornalista até entrar no pré-vestibular. E isso também foi de uma hora pra outra. Entrei na turma de exatas, para partir para a informática ou ciências contábeis, pouco tempo depois estava com a galera de humanas. Agora, jornalista que escreve sobre energia elétrica, já é demais. Nem se eu tivesse muita imaginação teria pensado nisso.

Hoje, recuperei um pouco a coisa de exatas ao mergulhar de cabeça nas finanças corporativas. Ô troço complicado. Pelo menos, mexer com dinheiro eu sei que eu gosto.

E os amigos? Temos uns amigos na infância, outros na adolescência, alguns outros na idade da farra e mais outros quando já somos, assim, adultos (será que já sou?). Alguns resistem a toda essa cronologia, na verdade muito poucos. Depois vamos conhecemos novas pessoas, deixando para trás as antigas e assim a vida vai seguindo seu rumo

Faltam ainda os filhos. Será que teremos? Quantos vão ser? Meninos ou meninas? E onde vou morar daqui há uns anos? Qual carro terei? Qual será meu futuro profissional? E os novos amigos, quais serão? São tantas perguntas e parcas respostas. Me sinto aquele mesmo garoto de sete anos me questionando sobre o futuro.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Eo bambu? Parte II

Olha eu sou o mais cético dos céticos. Mas o ontem no Pânico na TV ou eles se excederam na brincadeira ou fizeram um dos maiores achados da televisão brasileira: a menina do bambu, nos dias de hoje.

Dá pra desconfiar que é sacanagem porque inventaram uma tal maldição do bambu pra mulher. E que todo dia 12 - como foi aquele dia de 1972 - acontece uma desgraça com ela.

Bem, se não for a mesma pessoa, acho que a verdadeira vai acabar aparecendo. E se for ela mesmo, acho que eles resolveram dar uma forçada com essa tal maldição. Julguem por si mesmos.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Sílvio Santos e o Bambu

Mais um video direto do amado You Tube. Essa eu achava que era lenda, mas é a pura verdade. Deliciem-se com a espontaneidade da menina.

.qualquercoisa


Este feriado desencavei um CD do Raimundos, o "Lavô tá novo". Há muito tempo não ouvia o dito cujo. E a conclusão que cheguei já na terceira música foi a que falta hoje uma grande banda de rock no Brasil e com um som genuinamente brasileiro.

Para quem conhece os caras, sabe que suas músicas misturam guitarras carregadas com todos os "over drives" possíveis, com uma batida na linha do hard core. O melhor de tudo é que eles conseguiam misturar a esse som elementos da música brasileira. Seja no ritmo, seja nos instrumentos. Quando menos se esperava, estava lá o triangulo batendo como num baião.

As letras também não ficam para trás. Dizem tudo o que nós homens pensamos mas não podemos dizer sob pena de sofrermos um linxamento moral das mulheres. Trechos como "fode tanto que dá calo", "No coletivo o que manda é a lei do pau
Quem tem, esfrega nos outros
Quem não tem só se dá mal" e "então se agacha e chupa a rola agora" são a principal mostra disso.

Nas letras também aparecem os carros. Aparece a maconha. No entanto, mais do que isso tudo, aparece a comédia. Elas são engraçadas sempre, desde o início da carreira dos caras. Não um engraçado tipo Mamonas Assassinas, mas um humor mais ácido, extremamente malicioso.

A verdade é que hoje faz falta ter bandas assim no cenário rock and roll nacional .Só há espaço pro pop vestido de rock, com as músicas bonitinhas, todas sobre amores perdidos, amores conquistados, só sobre amores. Para o popzinho de hoje, só isso importa: a necessidade de criar na cabeça das pessoas ilusões sobre o amor. Há exceções, mas nada como o som dos Raimundos.

O Raimundos, por sua vez, perdeu espaço no meio, principalmente depois da saída do Rodolfo, o talentoso da banda - embora ninguém entendesse muito o que ele dizia nas músicas. Mas também não só por isso, e ssim por terem abandonado as raízes. Em Lapadas do Povo, o som já estava mais burocrático, em alguns casos até beirando ao pop. Nada melhor do que "Mulher de fases" para mostrar essa guinada.

Confesso que não ouvi mais a banda depois dessas mudanças, que se não me engano foi lá por meados de 2001. Mas tudo indica que o som agora voltou ao que era antes, mais ainda conectado às raízes. Vou ouvir o ".qualquercoisa" e volto aqui para contar pra vocês. Algumas músicas estão sendo distribuídas legamente em mp3. Me aguardem

terça-feira, novembro 14, 2006

Sobre as leitoas



Definitivamente....não foi leitoas que quis dizer - nem vacas...rs - foi mero erro de digitação. Como disse a boneca Suzi, é a idade. Leitoras, me perdoem.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Feliz aniversário


Ontem foi aniversário do gerente do Cabaré. Ou seja, eu. Tá certo, tá certo, eu tinha que ter colocado algo aqui. Mas eu estava tomando muitas cervejas pra lembrar que este renomado estabelecimento estava em pleno funcionamento e cheio de visitantes.

Queria agradecer às mensagens de feliz aniversário dos amigos blogueiros. E para quem queria bolo (viu Suzi?), aí está ele. Comam a vontade. É de vocês. O dono dessa espelunca tem agora 28 anos - acho que tem que mudar o perfil (já tinha que mudar o "quase marido") - e espera ter pela frente mais 60, 70, 80, se for possível. Desde que tenham pessoas carinhosas como os meus leitores - principalmente as leitoras, que são maioria - para sempre passar essa coisa boa que vocês passam.

Obrigado a todos.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Bom senso

Tem coisas que são burras de nascença. Digo coisas, não pessoas. Recebo quase que diariamente de uma amiga um e-mail com uma mal-vinda mensagem do dia. É aquele tipo de mensagem que por si só se considera a onipotente e a onipresente. É a receita definitiva para ser feliz. Ah, não me venha com essa.

A vida das pessoas é diferente e por mais que passemos situações parecidas, todas, absolutamente todas têm um contexto diferente. Contexto que é influenciado pela história de toda a sua vida. Seus traumas, medos, desejos – sexuais, por que não? – e ambições. Portanto, não há uma mensagem que sirva para todos. Não há.

Além disso, muitas vezes é humanamente seguir aquilo. Tem uma que diz: trabalhe menos, fique mais com a família, etc. Ora, eu trabalho é pra ganhar dinheiro e para ter alguma satisfação pessoal. Se eu trabalhar menos - levando em consideração a mesma produtividade - vou acabar tomando uma bronca do patrão. Afinal trabalho só o que é necessário, nem mais nem menos. Na verdade, acho que até menos. Gosto de tomar chopp, rir e conversar. Infelizmente nem sempre é possível.

Tem uma outra muito legal, que diz para você rir de tudo. Ser mais criança. Fazer molecagens. Adoro isso também, mas tem hora para ser moleque e tem hora para ser sério. Não há como fugir.

Uma única mensagem do dia que gostaria de receber é: "tenha bom senso, sempre". Basta isso para viver bem. Bom senso é a base de tudo. Serve para universalmente qualquer situação e faz com que o resultado dela seja o melhor possível. É disso que o mundo precisa. E em excesso. Porque nem tudo em excesso é ruim.

terça-feira, novembro 07, 2006

Que Maravilha!

Jorge Ben Jor

Lá fora está chovendo
Mas assim mesmo eu vou correndo
Só prá ver o meu amor
pois Ela vem toda de branco
Toda molhada linda e despenteada, que maravilha
Que coisa linda que é o meu amor
Por entre bancários, jatomóveis, ruas e avenidas
Milhões de buzinas tocando minha harmonia sem cessar
Ela vem chegando de branco, meiga pura linda e muito tímida
Com a chuva molhando o seu corpo lindo
Que eu vou abraçar
E a gente no meio da rua do mundo
No meio da chuva, a girar, que maravilha
A girar, que maravilha
A girar

segunda-feira, novembro 06, 2006

Coisas estranhas

-Começo a achar que há uma conspiração divino-meteorológica contra os fins de semana. Basta uma segunda-feira começar que o sol vem junto com ela. E vai embora na sexta, sempre. Nem o feriado foi capaz de enganá-lo.

-A conta de luz - só da Light - para nós, pobres consumidores residenciais vai cair 3,99%. Isso significa que se você paga $100 de conta de luz, mês que vem vai pagar $96,01. Já decidiu o que vai fazer como os $3,99 que vão sobrar? Dá pra gente tomar uma cervejinha.

domingo, novembro 05, 2006

Shyamalan

Em tempo: eu curto sim o Shyamalan. A crítica à "A Vila" foi apenas um momento de revolta. Corpo Fechado foi ruim, mas Sinais e Sexto Sentido deixaram marcas.

Em tempo 2: eu também curto o Nicolas Cage. A culpa pelo péssimo filme não foi dele.

sábado, novembro 04, 2006

Sacrifício em vão



São meia noite e trinta e cinco minutos e acabo de chegar do cinema. Fui ver "O Sacrifício", com Nicolas Cage no papel de protagonista do filme. Se é que se pode chamá-lo dessa forma.

O filme conta a história de um policial que presencia a morte de uma menina e sua mãe num acidente na estrada. Abalado física e psicologicamente, recebe uma carta de uma antiga namorada pedindo ajuda para recuperar sua filha, supostamente desaparecida. A ex- companheira mora numa ilha, completamente isolada do mundo, em que a maioria da população é de mulheres. E elas é que mandam no local. A história se passa praticamente toda na ilha, onde o policial Edward Malus (Nicolas Cage) tenta a qualquer custo achar a menina, que mais tarde ele vem a descobrir que é sua filha. Daí pra frente, se eu contar perde a graça.

O fato é que pela primeira vez na vida soube o que é um filme ter um péssimo roteiro, como dizem os críticos de cinema por aí, embora eu nem me atreva a ser um deles. Isso deixo pra minha amiga Zaira.

Enfim, a estória é totalmente sem pé nem cabeça. E o final, pra lá de tosco, embora tenha um meritozinho, que de forma alguma compensa a lambança que é o restante do filme. Perdeu de longe para "A Vila", que por sua vez também é bem ruinzinho. Enfim, não recomendo.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Dormindo no aeroporto

A cara de segunda-feira durou até sexta. É porque o dono do cabaré estava no aeroporto esses dias todos, esperando um avião sair. Dormiu por lá todas as noites, conheceu a revolta das pessoas, a indiferença da companhias aéreas.Tudo sabem porque? Porque os controladores de vôo resolveram trabalhar dentro dos padrões internacionais. Ou seja, pro sistema funcionar, é preciso que eles trabalhem fora do padrão, sob um estresse intenso, sempre com o risco de aniquilar as vidas dos passageiros que voam para lá e para cá. Não sei como funciona lá fora, mas não me importa. Se os caras estão trabalhando no padrão, era pra dar certo. E não deu.

Hoje prometeram que vai melhorar. A conferir. Não é nada, não é nada. Não é nada mesmo.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Vascão!!!!!!!!!!!

O Vasco é o time da viradaaaa, o Vasco é o time do amoooor, êêê eêêê êêêê, ôôôô....

quinta-feira, outubro 26, 2006

O pai



Inaldo nasceu num bairro pobre do Rio de Janeiro. Somente aos dez anos entrou na escola. Aprendeu a ler e escrever e não parou mais. Virou jornalista. Casou com uma bela mulher. Teve com ela um filho. Eram felizes.

Um belo dia sua companheira o deixou. Assim, sem mais nem menos, sem menos nem quê, levando consigo o rebento. Inaldo entrou em parafuso. Pensou em largar tudo. Não tinha família, não tinha amigos, não tinha ninguém.

Não se sabe como, Inaldo prosseguiu lutando. Não tivera mais notícias da mulher ou do filho. Colocou toda a sua vida em seu trabalho. Entrava às oito e saía as dez da noite. Escrevia, perguntava, apurava, escrevia mais, entrevistava, argumentava, enlouquecia as fontes, que para ele, não tinham vida, como ele.

Passaram-se trinta anos. Inaldo fez 70, e nenhuma menção de parar. Um belo dia, entre entrevistas, argumentos, contra-argumentos, questionamentos, se deparou com um jovem jornalista, um foca. Aquele olhar não lhe era estranho. Não tirava os olhos do rapaz, que percebendo, se sentiu incomodado, foi tirar satisfações.

- o que foi velho, nunca me viu - indagou

Inaldo silenciou. Sentou-se, sem tirar os olhos do rapaz. E ali dormiu o sono eterno. O rapaz, se sentindo mal, foi investigar. E descobriu que Inaldo tivera uma mulher e um filho, que o abandonaram. Esse filho, no entanto, morreu. Viu sua foto. Era idêntico a ele.

Possivelmente, o velho havia morrido achando que havia reencontrado o filho, mas na verdade era apenas um sósia. Por isso, a partir daquele dia, assumiu a identidade do filho morto de Inaldo, aogra também morto. Foi ter com sua nova família. E enlouqueceu. Morreu no hospício anos mais tarde. Sem saber bem quem era. Mas sabendo que havia encontrado um pai que nunca teve.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Dia lindo



Acima, a primeira foto de Recife. A praia é Boa Viagem, na capital pernambucana. À noite posto o video com um tour pelas ruas da cidade. Deliciem-se.

terça-feira, outubro 24, 2006

Um pouco de paciência

A leitora espera só mais um pouquinho que eu coloco as fotos e o video pelas ruas de Recife. É que a fonte do meu computador queimou e só hoje comprei uma nova. Não sei se terei tempo de instalar hoje à noite pois só chego em casa lá pelas 23h30m. Então peço só mais um pouquinho de paciência pra vocês.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Impressões de Recife e Petrolina

Estavam todos curisosos para saber como foi minha viagem à Petrolina né? Pois bem, aqui estou pra contar algumas impressões.

Saímos às 8h50m do Rio na quinta-feira em direção a Recife. O vôo da Gol transcorreu bem de modo que 11h30m já estávamos lá. Nosso vôo para Petrolina saía às 15h30, portanto tínhamos tempo de dar uma volta pela cidade. E fomos.

Eu já tinha ido à Recife, mas só desta vez pude reparar o quanto é bonita aquela terra e pude reforçar minha tese anterior de que Recife dá de mil a zero em Fortaleza. Tomei como base de comparação os bairros de classe média alta das duas cidades.

O céu estava belissimamente azul e a água do mar verde e quente. Os avisos de "cuidado com o Tubarão" é que assustavam. Mas os locais disseram que com a maré como estava eles só atacavam depois do recife (por isso que a cidade tem esse nome...ohhhhhh)

Demos uma volta também por Recife antigo. É onde era o centro da cidade e hoje está tombado pelo patrimônio histórico. Muito bem conservado. Tudo muito bonito, ruas de paralelepípedo, fachadas daquelas antigas, muito legal. Passamos pelo marco zero e pela estátua de Maurício de Nassau, expulso pelos portugueses lá por 1654. Por falar nisso, parece que foi Nassau quem modernizou a cidade de Recife, transformando-a num dos principais pólos comerciais do país lá pelo século 17. Se sua expulsão foi boa ou ruim, isso não sei, mas tenho uma opinião.

De volta ao aeroporto, pegamos o vôo para Petrolina. Chegamos às 16h30 lá. Primeira impressão: calor, muito calor. Um calor seco e abafado. Ao entrar no quarto do hotel, um bafo quente dava às boas vindas aos hóspedes. Fazia 35º na sombra, não ventava.

Nos acomodamos e fomos dar uma volta. Pegamos uma barca e em cinco minutos estávamos na Bahia, na cidade de Juazeiro. Lá, pelo que falam, é a cidade da farra. Enquanto Petrolina, em Pernambuco ainda, é a do trabalho. Ivete Sangalo é de Juazeiro.

O ponto alto da estada em Petrolina foi nossa ida ao Bodódromo. Isso mesmo. Um complexo de restaurantes cuja especialidade é servir carne de...bode!!! Comi e gostei.

Descobrimos também que a cidade produz uvas. E tem vinícolas maravilhosas. Provei o vinho de lá, o Rio Sol, pelo menos quatro tipos diferentes, além do Pro seco. Uma garrafinha do melhor vinho deles custa R$ 65. Pra quem gosta de vinhos bons (não vinhos de mesa) vale a pena. Mas é o que dizem, o melhor vinho é aquele que você gosta. Portanto se gostar de vinho com açúcar e conservantes - que são os que deram à bebida a fama de ter o pior porre de todas as acoólicas - vá em frente. Isso foi um enólogo que me explicou.

Fotos? Nos próximos posts. Inclusive uma volta de carro pela Praia de Boa Viagem, em Recife, e pelo centro histórico. Aguardem, pois a fonte do meu PC queimou. Mas isso é papo para outro post.

quarta-feira, outubro 18, 2006

De malas prontas para Pernambuco

Amanhã viajo bem cedinho para Petrolina. Vou conhecer uma termelétrica da finlandesa Wärtsilä que fica lá. Vôo bem cedinho, via Gol (argh!), e só volto a terras fluminenses sexta à noite. De lá, vou tentar postar alguma coisa. Até agora só sei que é uma cidade no interiorzão de Pernambuco e que atravessando uma ponte sobre o Velho Xico, a pé, você chega na Bahia, especificamente em Juazeiro do Norte. Vamos ver.

Abaixo os dados tirados do site da prefeitura da cidade:

Área 4.756,8 km²
População 385.000 (estimativa IBGE/2004)
Densidade Demográfica 45,9 hab /km²
Ano instalação 1870
Altitude sede 376 m
Fuso horário Brasília
Clima Semi-árido
Microrregião Petrolina
Mesorregião São Francisco Pernambucano
Temp. média no verão 35ºC
Temp. média no inverno 26ºC

terça-feira, outubro 17, 2006

A vida é cheia deles


Ainda não estou totalmente melhor da gripe. Ela começou na quinta-feira e ainda não me deixou totalmente. Como dizem que gripe forte dura uma semana, tô esperando que quinta eu já esteja 100%. Por enquanto ainda estou na casa dos 65%. Obrigado pelas mensagens de melhoras e de energia. Obrigado!

Mas não é disso que vim falar. Venho falar novamente de sonhos. Semana passada tive um sonho que me deixou muito emocionado e dividi isso com vocês. Desde já, não acredito em nada daquilo que a alma sai do corpo no sonho e blá blá blá. Mas também não desmereço quem acredita. Para mim, sonho é aquilo que está lá adormecido no subconsciente e vem a tona. Me convenci mais disso quando vi um cego falar que quando sonha, ele também é cego. Se valesse o papo da alma e suas viagens astrais, ele veria no sonho. A não ser que sua alma seja cega também.

Essa noite tive um novo sonho esquisito. Mas esse vem de longa data e acredite, é repetido. Repetir sonho deve ser muita falta de criatividade da minha cabeça. Mas vivo sonhando com o fim do mundo. Vivo não, na verdade, em toda minha existência me lembro de três sonhos assim. Mas pra mim já é muito.

No dessa noite, parecia que o fim do mundo viria através da água. Algo como um maremoto. As pessoas eram levadas de trem (ando de trem todos os dias) para um lugar muito diferente do normal afim de se protegerem. E ali esperariam até que o fim do mundo acabasse (sic) e depois poderiam voltar para o mundo que acabou, mas recomeçou. Algo assim, confuso mesmo.

O engraçado é que nesse lugar, eu era casado, sabia que era casado com a Taty, mas eu fui beijar uma amiga dela e o melhor, com a permissão dela. Tipo – vai lá – e eu fui. E ainda teve tempo pra mãos bobas em lugares loucos. Bem eu mesmo.

Não consigo mais lembrar muitas coisas. Só que o lugar em que todas as pessoas estavam era esquisitíssimo. Que eu beijava essa menina. Conversava com outras. Procurava meus pais pelo telefone. Mais nada, não me vem mais nada. Devo ter passado a mão na cabeça quando acordei, pelo menos assim dizia o dito (!) popular.

O primeiro sonho que tive com o fim do mundo, tinha uns 10 anos. O cenário era muito mais catastrófico. O corredor ficava piscando numa luz vermelha. Umas sirenes. Algo com uma bomba atômica ia cair. Era a época da Guerra Fria, embora eu não tivesse a menor noção disso, os noticiários acabavam impregnando a bipolaridade russa e americana em nossas cabeças.

Como o mundo mudou e meus sonhos também. Os sonhos são mais serenos. O mundo é outro hoje. Talvez eu tenha ficado mais sereno, por conhecer minimamente mais as coisas do que naquela época. Talvez seja só um sonho, nada demais. Talvez. Talvez. A vida é cheia deles.

sábado, outubro 14, 2006

De cama...



Ô gripe braba que não me abandona...

quarta-feira, outubro 11, 2006

A cavalo...



Deu no portal G1: "Pequeno avião atinge prédio em Nova York"

E é o nosso controle de tráfego que é uma merda...

Que saudade deles


crying
Originally uploaded by soninka.
Eu entrava na Brasil Energia. Meu primo Alexandre conversava com um dos seus irmãos. Não sei bem qual era, pois ele estava de cabelos curtos. Parecia mais o Beto. Fui entrando, já chegando em minha mesa, minha madrinha me espera com uma criança. Dou um beijo nela e um abraço fraternal. A criança brinca no meu computador.

Olho para trás e para minha surpresa vejo meu avô. Os cabelos brancos e arrepiados de sempre. Ele sorria. Acho que falou algo comigo, mas não entendi muito bem o quê. Olho para o outro lado, o Renato, marido da minha madrinha, contava piadas sentado no chão, na sala onde ficam guardadas as revistas e os mapas. Nem chego a ir lá, mas todos riam. Estava mais interessado no meu avô.

O sigo. De repente uma parede estreita, muito difícil de passar. Acho que meu avô estava ali. Não me lembro bem se consegui ou não passar. Mas de uma hora para outra econtro o João. O da Luana, prima da Taty. Ele falava comigo que na casa do meu avô, havia dinheiro escondido dentro das paredes. Ele me garantiu, desde que tivessem feito do jeito que ele falou. Só que desconfiávamos que fosse uma moeda que não estava mais em circulação. Algo como cruzeiro real. Fui para lá.

De repente me pego na entrada de um apartamento. Meu avô morava numa casa, que estranho. Mas o apartamento tinha uma configuração parecida - na verdade não tinha muito a ver - com a antiga casa do meu avô. Mas no sonho eu imaginava que era parecida. Cômodos muito amplos, muito mesmo. Um piso cor de madeira. Num quarto, um rapaz escuro. Parece que estava acabando de acordar, ou talvez estivesse arrumando o quarto. Não me interessou, não era aquilo que eu estava buscando.

Entrei em outro cômodo e para minha surpresa lá estava minha vó, tocando piano (sic). Minha vó nunca tocou piano. Ficava mais à maquina de costura. Daquelas antigas, que era acionada por um pedal que ia e vinha. Ela só me olhou, por baixo do óculos como costumava fazer. Ficou calada. Tinha uma expressão séria. Um negro apareceu à porta do quarto, vestido como um mordomo. Perguntou algo à minha vó e saiu. Um dinossauro apareceu, rugiu forte. O sonho acabou.

Meu avós morreram em 1996 e 2000, respectivamente. Ele de câncer no pulmão. Ela com um AVC. Foi bom os ver novamente. Que saudade.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Reflexão de botequim

Sabe que tem horas que eu penso que realmente o mundo, daqui a 20, 30 anos, vai ser igual àqueles filmes catástrofe? Cada dia que passa tenho mais certeza disso. Estaremos vivos, criando nossos filhos nesse mundo cujo caminho é só o da degradação. Em todos os sentidos, social, ambiental, intelectual e outros "al". Uma pena.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Que me perdoem as morenas

Ela era branca, uma alvura paralisante
como imaginavam os poetas românticos
tinha a beleza estampada no corpo
os lábios, ressecados, à espera do toque

Ele, um pobre rapaz, bonito e sozinho na vida
ficou ali, comtemplando aquela beleza ímpar,
aquele sonho de verão que flutuava pela plataforma
A seguiu sem saber muito pra onde ia.

Que se danem as morenas, mulatas, ruivas e loiras
Que se danem aqueles que acham as brancas sem sal
Aquele tempero era pra gostos apurados
As madeixas negras, presas é verdade,
davam o contraste necessário.

O rapaz se aproximou, sentiu seu perfume natural
Se satisfez só com a distância, tal era o encantamento
Viu 20 minutos passarem em um segundo
Queria se desvencilhar daquilo, não conseguia,
pobre rapaz

As roupas dela nem escondiam demais,
Mas também não mostravam muito, só o suficiente
Uma mescla de curiosidade e certeza da perfeição
plantava nos olhares dos incautos que a seguiam

E ele ali, parado, ao seu lado, à espera de um olhar,
À espera de um gesto de consentimento
Consentimento que nunca conseguiu
À espera de um milagre, milagres não existem

O milagre nunca aconteceu deveras
E na gare da vida, todos se dispersaram
Na memória apenas o cheiro,
E os contornos deixados a mostra

Como se a retina tivesse sido impregnada
pela visão extraordinária da alva musa
Da estrela d’alva no céu do quente cotidiano
se perdendo em meio à multidão

quinta-feira, outubro 05, 2006

É o sistema, estúpido


Para tudo, praticamente tudo hoje, existe uma máfia. É incrível como tudo neste país tem um mercado paralelo. José Saramago já havia antevisto isso em seu “As intermitências da morte”, parte de sua maravilhosa obra, da qual sou fã. Naquele livro, Saramago dizia que a máfia – e lá ele escrevia com ph – se adapta rapidamente às mudanças e consegue permanecer viva, geralmente pela força. E olha que ele nem é brasileiro.

E é incrível que quem mora na periferia do Rio sabe tudo sobre essas máfias. Eu não imaginava por exemplo que os motoristas de van da Zona Oeste cobram pedágio dos motoristas de ônibus regulares. E quando há inadimplência, os pobres coitados levam fogo.

Dá para mensurar o absurdo que é isso? Tá certo, o transporte não funciona bem, mas como é que o pode público permite uma “máphia” num serviço assim tão essencial? Será porque não há poder público? Pode ser, e é. Nos últimos dez anos, tivemos governantes garotinhos que só fazem coisas que atraem votos e não beneficiam em nada a população.

E os cidadãos dessas localidades também sabem todos os esquemas dos policiais. Fulano que cobra cachê para fazer segurança do bairro. Ciclano que recebe dinheiro de motorista de kombi. Beltrano que tá ligado aos caça-níqueis. E por aí vai. A criatividade é o limite. E simplesmente, se resignam, aceitam. Assim tá bom.

Essas máphias simplesmente ocupam o espaço deixado pelo poder público. É assim também com os traficantes, que fazem a segurança das favelas e levam os meninos para o tráfico e não para a escola. É assim com quase tudo. É uma pena que os anos passem e a situação só se agrave. Uma pena que o sistema seja tão ruim e definitivamente não funcione.

quarta-feira, outubro 04, 2006

É Lula lá



"Garotinho declara apoio a Alckmin"

Agora tenho certeza que o Lula vai ser reeleito.

Sobre dores de cabeça

A maioria das pessoas têm dor de cabeça porque querem. Não falo de cefaléia, mas de problemas. Dor de cabeça no sentido de “esquentar a cabeça”. São escolhas que fazemos para no futuro termos – o que é incerto – alguma compensação.

Vou tentar ser mais claro. Porque estudamos? Porque queremos ser “alguém na vida”, analisando de uma forma mais simplista. Depois de já sermos alguém na vida, porque resolvemos voltar a estudar? Para adquirir conhecimento e convertê-lo em benefícios financeiros futuros, salvo os casos em que estuda-se por prazer.

Enquanto alguns quebram a cuca para resolver problemas matemáticos complexos, casos judiciais complicados, outros não estão nem aí. Não querem se preocupar, vêem a novela como se aquilo fosse sua própria vida. Bebem uma cerveja no bar da esquina. Vão a igreja. E assim vão levando a vida, sem preocupações.

Quem é mais feliz? Os que se torturam para adquirir um pouco mais de conhecimento, ou os alienados produzidos pela nossa sociedade alienante? As pessoas mais simples têm problemas como todas as outras, mas costumam ser aparentemente mais felizes, com um pouquinho que têm.

Enquanto os outros – e aí me incluo nessa – estão sempre querendo mais. Querendo ganhar mais, em busca de um conforto financeiro, pessoal, profissional maior. E aí não param de arrumar problemas para suas próprias vidas. Sacrificam a vida em família, a vida social, a felicidade, em busca de mais, sempre mais justamente em busca dessa suposta felicidade, de ter uma família, de ter mais amigos. E quando alcança o mais que queriam, passam a buscar outros mais.

O problema é que costumeiramente nos esquecemos que a vida pode nos atropelar de uma hora para outra e tudo isso ter sido feito em vão. Achamos que temos controle sobre ela, mas na verdade não temos. O que tem que acontecer acontece.

Imagine, por exemplo, aquelas 155 pessoas do vôo 1907 da Gol. O que estariam estudando? Quais eram suas metas futuras? Como eram seus relacionamentos familiares? Tudo foi por água abaixo numa fração de segundo. A vida os atropelou e coube a eles a resignação

Por isso, se justifica o fortalecimento do lado espiritual, coisa da qual eu não entendo xongas. Mas a verdade é que, se é isso que fica, é disso que temos que cuidar, ou pelo menos dar um pouco mais de atenção. Se fortalecer espiritualmente é a única maneira de se eternizar e com isso poder alcançar metas futuras, nem que sejam em outras vidas, se é que elas existem.

Deixo aqui a reflexão para a leitora, sem a emissão de um juízo de opinião sobre o assunto, mas só mesmo como forma de expor sobre algo que venho refletindo a algum tempo. Como diria Stevie Wonder, “heaven help us all”.

sexta-feira, setembro 29, 2006

JOSEPH CLIMBER

Bem, acho que todo mundo já viu esse video, mas não canso de dar risadas com ele. É a história feliz de Joseph Climber, em exemplo de perseverança. Divirtam-se.

quinta-feira, setembro 28, 2006

A capa...

Está confirmado. A matéria de capa da revista Brasil Energia de novembro é minha. É a segunda capa que eu emplaco este ano, mas essa tem um gostinho especial. Foi uma sugestão minha e não parte das pautas anuais que mal ou bem sabemos que vão parar na capa vez ou outra.

Quando a revista estiver em circulação, posto aqui a imagem para vocês verem. Mas de antemão, posso dizer que é uma referência a um quadro do Leonarndo, o da Vinci, idéia do dono da revista. Sem puxassaquismo, até porque ele não me lê, ficou muito bonita.

Por falar nisso, a Dorinha escreveu mais uma carta e a publicou hoje em O Globo. Vale a pena dar uma lida.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Queridas leitoras...

Queridas leitoras, desculpem-me se não pude chamar todas vocês para o casamento. É que vocês podiam, na hora que o padre/pastor perguntasse se alguém tinha algo contra o casamento, levantar as mãos e chorar para impedir meu matromônio. Foi só um mecanmismo de proteção.

Brincadeiras a parte, queria ter chamado todos, mas infelizmente não pude. Uma pena

Um grande beijo a vocês.

segunda-feira, setembro 25, 2006

A volta do que não foi


Foto: Juca Filho (Flickr)

Exatos treze dias sem postar. Cartas e e-mails desesperados das fiéis leitoras. Ameaças de bomba, antraz, atentados terroristas. Tudo pra eu voltar a escrever estas magras linhas que agora lêem com tanto entusiasmo. Obrigado por sentirem minha falta leitoras!

Agora a vida começou a voltar ao normal. Algumas sabem, outras não, casei no sábado retrasado, passei uma semana em lua-de-mel - a oficial, espero que a oficiosa ainda dure muito mais tempo - e agora estou voltando a colocar as coisas nos trilhos.

Ontem consegui dar uma corrida na Vila Militar - agora sou cidadão da Zona Oeste - ver um televisão em casa, por sinal, aquele jogo péssimo entre Vasco e Botafogo, enfim relaxar depois de semanas tão tensas que antecederam ao casamento.

Bem, a vida de casado tem me parecido boa até agora, a despeito do que todos falam. Realmente aumentam as responsabilidades e com elas as despesas, mas as vantagens também são imensas. Como dizem, no início tudo são flores, mas me recuso a acreditar nestas sabedorias populares idiotas, porque diziam isso no começo do meu namoro, e as flores ainda estão lá, desde o início. Vamos ver agora, mas enfim, não preciso provar nada a ninguém.

Dá um pouco de saudade da casa dos pais, dos pais, do Luke, mas essa transição é assim mesmo um pouco dolorosa, mas depois acredito que tudo fique bem. Aliás, já está ficando.

Ainda estou sem internet em casa, isso sim está sendo duro. Não gosto nem de olhar para o computador, para esquecer que ele está lá no seu cantinho, totalmente desplugado do mundo. Órfão. Afinal vivemos num país ainda atrasado que exige que tenhamos um telefone para ter uma conexão de banda larga. Isso não seria tão ruim se não tivéssemos que pagar pelo telefone. E lembrar daqueles anúncios nas ruas de Hannover dizendo: telefone ilimitado + conexão de 1Mbps = € 10,40/mês.

É isso, estas são minhas primeiras linhas depois de casado. Espero que elas ainda sejam muitas. Obrigado pelo carinho de todos.

terça-feira, setembro 12, 2006

Uma ode ao dia


Foto: Juca Filho (Flickr)

Hoje o dia está especialmente bonito aqui no Rio de Janeiro. Fui dar uma volta, peguei o metrô, saltei na Uruguaiana para entregar uma coisa a uma amiga. Como vi gente bonita nesse trajeto. As mulheres especialmente. O sol as inspiram a colocar aquelas saias lindas e seus tecidos macios, delineando cada contorno, deixando transparecer aquela roupa que nem todos podem ver.

Sair no Rio num dia como esses é se apaixonar a cada esquina. A cada nova estação do metrô. É suar com o calor tropical e se sentir bem sentindo-o escorrer pelo rosto, molhando até parte do cabelo. É quente e refrescante. É saudável. É uma delícia.

Que dia!!!

sexta-feira, setembro 08, 2006

Inpirando blogs

Acho que meu texto sobre a mentira inspirou alguém. Talvez não. O fato é que o texto é muito bom também, assim como todos os outros do blog.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Quem sou?

Roberto Carlos Francellino

Sou o tímdo e o extrovertido
o inteligente e o limitado
o fiel e o galinha
o jornalista e o jornaleiro
o solteiro e o casado.

Sou aquele que observa tudo
Sou o último a saber
Sou o eterno apaixonado
Sou o corajoso
Sou o medroso

Sou aquele que gosta de gente
gente pra rir, gente pra olhar
gente pra me fazer carinho
gente para acariciar
gente feia e gente bonita
o preto, o moreno e o branco
o que dirá a preta, a morena e a loira

Gosto dos luxos
e gosto de ser simples
gosto da família
gosto dos amigos

Sou Roberto, sou Beto,
Sou Jaju, sou tantazino
Sou o que você quiser que eu seja
Sou agulha no palheiro
sou o fogo no paleheiro.

Quem quiser que goste de mim

quarta-feira, setembro 06, 2006

Os anúncios

Pronto, agora isso aqui é um blog comercial. Tem anúncios nas laterais e um banner em cima. Tô pensando em começar alugar os espaços. Quem sabe assim ganho um dinheirinho escrevendo esse monte de bobagens que vivo escrevendo.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Poema condicional

Roberto Carlos Francellino

Se você estivesse comigo
Isso não aconteceria
Estaria dormindo, te digo
de meus braços não se soltaria

Mas não, não, você não estava
Dançavam as madeixas azuladas
nas ruas da vida perambulava
rosto de criança deveras malvada

Criança que mexe com a minha cabeça
acordada ou dormindo, revira pensamentos
faz questão de não deixar que eu esqueça
chorando e sorrindo em meio a tantos lamentos

Se você estivesse comigo
Eu não estaria aqui, talvez morto
Ou ja teria enlouquecido, te digo
doce sorriso, olhar absorto

quinta-feira, agosto 31, 2006

Metas para 2006


Será muito tarde para traçar metas para este ano? Estou fazendo a pergunta porque este foi um ano "sem metas". As aspas são propositais. Claro que pensei em metas, mas não botei-as no papel, ou melhor, no computador, como fiz para o ano de 2005. De certa forma, a meta maior comprometeria todas as outras que tivessem a ver com dinheiro. O casamento né. Gastei às bicas este ano em consumo de bens duráveis. Mas valeu a pena, tá tudo lá novinho aguardando meus comandos.

Bem, voltando às metas. Vou fazê-las agora. Metas pessoais, metas profissionais, metas financeiras, metas físicas e sexuais. Esta última é brincadeira. Imagina, meta sexual: comer 20 mulheres diferentes este ano. E depois ser trucidado pela Tatiane.

Falando sério, um ano sem metas é um ano perdido. Graças a Deus, comecei uma pós este ano, e estou cumprindo o cronograma do casamento. Não troquei de carro, como previsto, gastei às bicas também consertando seus eternos defeitos. Acho que troco ano que vem. Estou juntando um dinheirinho. Espero que tenha mais sorte e que aprenda com os erros.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Crush



Estou ouvindo: Bon Jovi - Crush









It's My Life

Bon Jovi

Composição: Indisponível

This ain't a song for the broken-hearted
No silent prayer for faith-departed
I ain't gonna be just a face in the crowd
You're gonna hear my voice
When I shout it out loud

It's my life
It's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive
(It's my life)
My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just wanna live while I'm alive
It's my life

This is for the ones who stood their ground
For Tommy and Gina who never backed down
Tomorrow's getting hard make no mistake
Luck ain't even lucky
Got to make your owns breaks

Better stand tall when they're calling you out
Don't bend, don't break, baby, don't back down

Adeus Marilene

Já contei que a Marilene foi despedida? Ou melhor, transferida? Não né? Sim, quem acompanhou aqui a trajetória de nossa faxineira sabe de quem estou falando. A verdade é que Marilene era superqualificada para o cargo. Veja se pode uma "moça da limpeza" com faculdade de psicologia incompleta e que falava inglês melhor do que muita gente.

Verdade mesmo é que ela se tornou chata para as pessoas. Apesar destas qualificações - e de ser muito boa na limpeza, a melhor que já teve aqui - sua atitudes geraram diferentes julgamentos sobre sua pessoa. Realmente tinha momentos em que o bicho pegava mesmo, dava vontade de mandar ela pra longe, mas uma conversa bastava. Não foi assim.

Aí você vê que mesmo uma pessoa sendo hiperqualificada para qualquer tarefa, se ela for chata, se não tiver a aprovação pessoal de todos, ela roda. Roda e roda bonito. Marilene queria Neosaldina todo dia, se você falasse uma coisinha da sua vida com ela, do tipo, "hoje o ônibus veio lotado" ela te perguntava durante um mês se o ônibus estava vindo lotado, catolicamente, ou melhor, evangelicamente – ela era evangélica –, todos os dias.

E eu com as minhas bobeiras caí na besteira de cantar perto dela: "Sílvio Santos vem aí". Toda vez que ela me encontrava ela cantava a musiquinha, mas com o meu nome. Tem dia que você ri, mas todos temos nosso dia de cão.

Os homens reclamavam ainda que encontravam mais com a Marilene no banheiro do que com outros homens. Talvez um exagero, mas com um fundo de verdade. E ela cismava de limpar o telefone quando você estava fazendo algo importante, limpava – pasmem! – o pé da sua cadeira quando você estava entrevistando alguém no telefone. E outras coisas mais.

Gostava dela, afinal era boa pessoa e gosto de pessoas boas. Não boazinhas. Simplesmente boas. Mas realmente não dava para aturar muito. Agora tudo voltou a normalidade. Temos uma faxineira mais no estilo tradicional. Marilene não era nem extraterrestre, nem uma socióloga disfarçada. Marilene era só chata. Adeus Marilene.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Um pouco - só um pouco - de egocentrismo

Dou início neste momento à sessão egocentrismo, ou seja, falar de mim mesmo, que me perdoem as estimadas leitoras. É que hoje percebi como as pessoas sempre se enganam a meu respeito.

Conversando com uma colega do MBA, ela me disse que me acha uma pessoa muito centrada e calma. Eu? Era eu mesmo, mas não me reconheci. Porque tenho esse horrível defeito de não conseguir mostrar a todos quem sou eu.

Bem, centrado, de forma macro até sou, afinal não sou um desequilibrado. Mas constantemente perco o controle, me pego deprimido sem motivo aparente, me acho um fracasso no trabalho, perco a paciência justo com as pessoas que eu amo – como eu gostaria de perdê-la com as que eu odeio.

Sério? Sim, também de forma macro. Mas no meu microuniverso não. Tento fazer graça com tudo. E por isso mesmo muita coisa acaba sendo sem graça. Mas tem horas que acerto e as pessoas riem de verdade.

Mas sempre foi assim. O pessoal que se formou comigo na faculdade me achava Zen. Putz, ta aí uma coisa que eu nunca fui. Sou uma pilha, gosto de agitação, de estar rodeado de amigos, de fazer bagunça, muita bagunça. Mas para isso preciso de um estímulo, ou seja, alguém tão ou mais bagunceiro do que eu. Na verdade acabo sendo o ambiente que me rodeia. Falta de personalidade? É. Pode ser, como diria Ancelmo Gois.

O fato é que acredito – piamente – ser um mistério para muitas pessoas. As pessoas sempre se enganam, acham que sou antipático quando sou só tímido, acham que sou tímido quando realmente tento ser antipático, acham que sou quieto quando quero ser bagunceiro e bagunceiro quando quero ser quieto. Ou seja, nunca consigo passar pras pessoas o que realmente sou: um total pervertido, brincalhão, amigo e fiel.

Pelo menos até hoje não me tomaram como gay. Pelo menos isso!!!

terça-feira, agosto 22, 2006

As mãos...

Prezadas leitoras, não atentei contra minhas mãos, fiquem tranquilas. A falta de movimento no Cabaré é reflexo da crise econômica vivida pelo país.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Ahhhh Mateus...

O apóstolo Mateus descreve lá no capítulo 5 um sermão de Jesus:

"Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno."

Deverei eu atentar contra meus olhos e mãos?

quarta-feira, agosto 16, 2006

Caixinha de remédios

Engraçado ver como o tempo passa, cruel, impiedoso, para todos. Já escrevi algo sobre isso nas primeiras postagens desse blog, mas volto ao tema, agora voltado para os mais velhos.

Os efeitos do tempo vejo aqui em casa. Há dez anos eu tinha um pai que andava por tudo que era lugar, que exagerava em coisas que faziam mal à sua vida, mas não sentia ainda os efeitos disso, leia-se, fumava e bebia muito.

Hoje ele tem uma caixinhas só de remédios, dorme com um monstrão do lado que fornece oxigênio extra a seus fracos pulmões e precisa de ajuda para coisas simples como dirigir ou arrastar um sofá.

Minha mãe vive bem, mas é hipertensa. Nunca bebeu, nem nunca fumou. Mas foi acometida por um mal de família – perdeu a mãe num AVC – e sofre um pouquinho com isso

É, o tempo passou. Passou para ele, para ela, vai passar para mim. Ainda me sinto o mesmo dos 18 anos, talvez até com um pouco mais de energia do que naquela época. Mas sei que uma hora a energia vai se esvair, aos poucos, é claro, mas ela vai.

Por mais que a gente se cuide, não adianta, um dia nos bate a porta o entregador da velhice e somos obrigados a recebê-la, pagando por isso um preço enorme, e fazer bom uso dela. Mesmo assim, acho fundamental cuidar bem do corpo que Deus nos deu para viver todos os momentos da vida, sejam os bons, sejam os ruins. Não os exageros neuróticos dos internados nas academias de ginástica, mas sim pequenos cuidados no dia-a-dia que no futuro nos darão, salvo fatalidades, uns anos a mais ao lado dos que amamos.

Fico pensando no dia em que eu tiver a minha própria caixinha de remédios.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Dias sagrados...

O fim de semana foi bom. Não na sexta. Ah, até na sexta. Foi a segunda aula do curso de padrinho. É legal voltar a ter contato com uma igreja depois de tanto tempo afastado delas. Sábado, uma praia, conversas com Nana e Alex, sono, muito sono, das 15h às 18h. Nada melhor que um mega cochilo depois da praia. Depois uma pizza maravilhosa, um chopp, a companhia perfeita, reencontro com um colega, guitarra na casa de um grande amigo. Domingo, dia dos pais, almoço perfeito, sono no sofá. Estudo, muito estudo das 15h30 às 18h30. Materinha para o site. Troca de fotos do álbum do Orkut, papo gostoso no telefone. Sono, muito sono. O fim de semana foi bom.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Confusão mental

Quanto mais eu estudo economia menos sei e mais fico confuso. Acho que é por isso que fazem tanta m... na economia brasileira.

terça-feira, agosto 08, 2006

É a porra do Brasil

Texto publicado em 11 de janeiro de 2006 no "Profundezas..." por este que vos escreve:

Manifesto de Porra Nenhuma

Lendo um artigo do Zuenir Ventura hoje em O Globo, parei pra pensar o que é mais do que óbvio: como o brasileiro é um povo apático. Escândalos na política, operações tapa buraco no último ano de governo Lula - isso sem falar do fato de que nem 1 cm de rodovia foi construída ou melhorada de 2003 pra cá - as gigogas na praia, o atentado ao 350, impostos exorbitantes e péssima aplicação do dinheiro do contribuinte - me cobraram R$ 548 pelo IPVA de um carro 96 -, a violência urbana, o caos nos hospitais, as péssimas condições de educação seja no ensino fundamental, médio e superior.

Não dá pra parar por aí. A luz tá cara, o transporte tá caro, a alimentação tá cara. E o salário lá embaixo. As vans. Ah as vans. Seus donos estão com o estado do Rio nas mãos. Se forem desagadados criam o caos. E não há repressão da polícia. É o poder público nas mãos da bandidagem. Isso sem falar no tráfico de drogas. Causa mor da violência que vivemos.

Diante de todo esse quadro, simplesmente ninguém faz nada. Não há uma pequena revolta na rua. Ninguém se insurge contra nada. O nosso povo só quer saber de festa. Estamos loucos para que chegue o carnaval, acabamos de sair de um réveillon quando lotamos a praia de Copacabana para ver os fogos estourarem no céu e comemorar a chegada de um ano que vai ser igual a todos os outros. Teremos mais de meia dúzia de feriadões esse ano e e-mails circulam pela internet comemorando isso.

O pobre trabalha, trabalha, trabalha para ganhar um mísero salário mínimo, ou menos até. Pra dar 10% pro Pastor ou pra dar 90% pro dono do bar da esquina. Vivemos a cultura da cerveja geladinha que cura qualquel mal. Ou da oração que alivia qualquer sofrimento. Enquanto se ora na igreja aos Domingos e Quintas, ou enquanto se embebeda no bar, os políticos nos quais votamos estão receebendo dobrado para não fazerem NADA!

Enquanto isso não se vê mudanças. Ninguém muda nem de atitudes. Continuamos a sujar nossas ruas, nossas lagoas, nossas praias. Quebramos orelhões, estragamos o transporte público. Vivemos ainda a cultura da malandragem. O mais esperto é o que se dá bem. Compramos roubado ou falsificado, para nos roubarem depois de novo. Quanta burrice. Que povo burro esse nosso. "Vou chamar a polícia". "Eu sou a polícia". A polícia te ameaça em vez de te proteger e protege o bandido em vez de ameaçá-lo.

Que país é este? É a porra do Brasil, como todos cantam quando toca a canção do Renato Russo. Porque não só "é o Brasil, porra"? Até nossa pátria temos o costume de esculhambar. A esperança venceu o medo. Que esperança? Que medo? Só saímos perdendo. Não tenho uma dia que abramos e jornal e pensemos, "hoje eu ganhei".

E eu? O que estou fazendo? Nada. Sou mais um no meio da multidão de zumbis em que vivemos. O único instrumento que tenho coragem de usar para expressar minha revolta é esse. Umas bobas palavrinhas num blog. A sensação de impotência que me invade deve ser a mesma de todos os brasileiros. O que vou fazer? Eles estão lá, eu aqui. Não consigo vislumbrar mais um futuro decente para o Brasil. Perdi a esperança. Eu luto pelo meu, você luta pelo seu, e assim proseguimos. Em busca de nada. Em busca de nada. Em busca de nada.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Viu, de novo os amigos

Amizade é o meu segundo tema preferido – depois de internet. Não sei se é porque tenho poucos verdadeiros amigos ou se prezo muito a amizade deles. Acho que são as duas coisas. Fiz essa introdução para dizer que tem amigos que realmente são para a vida toda, mesmo que você passe dez anos sem vê-los, mesmo sabendo que eles não estão muito longe. Mesmo não estando do lado deles quando eles mais precisaram, quando passaram por problemas que mudaram pra sempre suas vidas. Mesmo quando ele tiveram um filha e você não pode estar lá para acompanhá-los para compatilhar este momento. Esse é um post para um amigo em especial que se ler vai saber logo quem é, embora ele não costume ler blogs. Até porque ele vai estar lá, de perna quebrada, como padrinho do meu casamento.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Alomoçando com os amigos

O Cabaré mais movimentado do Brasil reabre nesta sexta-feira para um almoço com os amigos. No cardápio, um dia de céu azul – pra alegria da blogueira Suzi –, um fim de semana pela frente, um bate-papo com os amigos, um pouquinho de trabalho pra variar e a esperança de dias melhores.

Por falar em almoço, ontem me dei conta do quão importante é almoçar com os amigos. Principalmente com aqueles que não se tem a oportunidade de falar o tempo todo. Aconteceu comigo. Um colega aqui da empresa, que hoje está na Petrobras, ontem almoçou conosco e acabei me lembrando disso.

Ele já saiu daqui há algum tempo, sei lá, acho que uns dois anos, trabalhou em São Paulo durante um tempo e voltou para o Rio, para a imprensa da Petrobras. Um outro colega, esse ainda aqui na Brasil Energia, sempre almoçava com ele, mas eu ficava de fora porque trazia comida e sempre almoçava por aqui mesmo.

Desde que o nosso ticket foi aumentando – nem adianta que não vou falar quanto é, porque é vergonhoso para um jornalista – passei a almoçar fora e pude voltar a participar destes eventos. Então, pelo menos uma vez por semana, eu, F. e R. – plagiando a estimada leitora nº 2 – almoçamos para falar sobre a vida, expor sonhos, fantasias, metas e coisas bem reais muitas vezes.

Claro, só dá para fazer isso, se você tem o mínimo de condições financeiras, o que não é a grande maioria dos casos. Para economizar, as pessoas acabam trazendo o pão nosso de cada dia de casa.

Mas voltando ao ponto, ontem no almoço me dei conta de o quanto é bom estabelecer e manter esse contato com os amigos, mesmo os próximos, de quanto isso traz de benefícios, tanto para a amizade, quanto para o bem estar próprio. Trocar idéias sempre renova, recicla a alma dos pensamentos ruins, transforma o mal humor em bom humor, tira as coisas ruis e deixa as boas. Fora que dali surgem coisas novas, objetivos novos, quem sabe uma empresa, quem sabe um chopp no fim da tarde, um playstation ou uma praia no fim de semana (com esse frio?).

quinta-feira, agosto 03, 2006

Ainda desculpas...

Cabaré 349, o blog mais atualizado do Brasil!!!

domingo, julho 30, 2006

...

A maldade é uma coisa que me entristece muito. Fico me perguntando o porquê de algumas pessoas terem sentimentos tão ruins em relação a outras. O que será que se passa no coração delas, pra desejarem o mal, não um mal qualquer, mas um mal que tira vidas, que desfaz lares, que assombra. Não sou santo, mas não consigo me ver desejando algo que vá arruinar uma vida.

Ainda assim, tenho para mim, no meu coração, que o bem sempre acaba vencendo. Que existe lá em cima um Deus que assiste a tudo e sabe o que faz. Um Deus que vai jogar por terra todo mal e que vai trazer alegria, vida, felicidade, saúde, bem estar para as pessoas que ele sabe de bem. Eu não deixo de acreditar. Talvez hoje seja um bom dia para isso, é Ele quem vai dizer.

sexta-feira, julho 28, 2006

Uma vez Flamengo...

Sobrevivi à derrota do Vasco na quarta-feira e estou de volta. Primeiro gostaria de parabenizar o Flamengo, pela merecida vitória em cima do Vasco. O time da Gávea foi infinitamente superior ao Gigante da Colina, que mais uma vez se apequenou diante do rubro-negro.

Agora é esperar pelo hexa. Hexa-vice campeonato em cima do Flamengo. O rumual está de volta!!!! Fazer o quê né...

terça-feira, julho 25, 2006

Sobre mentir...

A cena se passa no metrô do Rio, por volta das 22h – aliás, as melhores cenas se passam sempre em veículos sobre trilhos. A menina, acompanhada de um rapaz, trava o seguinte diálogo com a mãe pelo telefone, sob os olhares do moçoilo.

– Mãe, não se preocupe, estou aqui bebendo com umas amigas e vou dormir na casa de uma delas na Tijuca.

Estava na cara – e não precisava ser muito inteligente pra isso – que ela estava mentindo. Iria dormir na casa do rapaz que a acompanhava. Nesse momento me veio uma reflexão sobre a mentira. Conclui que a mentira move a humanidade, sem ela não seria possível um mundo como o nosso.

Imaginem quantas coisas deixariam de acontecer se falássemos a verdade o tempo todo. Uma noite de amor daquela menina seria uma delas. Talvez uma gravidez. Tá, talvez fosse assaltada na porta da casa do namorado. Não importa, muitos amores deixariam de se concretizar. Um primeiro beijo, uma primeira transa, o primeiro chopp com os amigos, um golaço no futebol, ver seu time ser campeão da Copa do Brasil (rs*), tudo em nome de uma sinceridade total impossível.

Por falar em amigos, seria impossível tê-los se falássemos a verdade o tempo todo. Quantas vezes falamos que alguém está bem, quando está na cara que a pessoa está um trapo. Ou quando vamos falar mal de alguém que a pessoa acabou de conhecer e está apaixonada. Até mesmo contar uma traição. Já vi amizades destruídas por conta desse exercício de alcagüete.

Embora esteja longe de ser uma virtude, mentir exercita a criatividade. Faz a mente funcionar. Serve até para inventar uma boa desculpa para o chefe por aquela besteira enorme que acabou de fazer. Aumenta a adrenalina e ativa o metabolismo. Até emagrece, possivelmente.

Como tudo, exatamente tudo na vida, mentir tem que ser na medida certa. Sem exageros, sob pena de o mentiroso acreditar nas próprias mentiras e viver num mundo paralelo. Mas viver sem ela, já atestei, é impossível.

Enfim, mentir é do ser humano e dá ao mundo a dinamicidade que ele tem hoje. Ah, como seria chato um mundos sem mentiras.

quinta-feira, julho 20, 2006

Melhor de três...

Na melhor de três, está 1 x 1, que venha o desempate na quarta-feira.

PS: tinha preparado um texto tão legal, mas meu humor não está lá essas coisas hoje. Não sei por que...

terça-feira, julho 18, 2006

Você entuba

Definitivamente estamos vivendo a era do You Tube (seria "você entuba"?). Depois do glorioso Fernando Vanucci reverenciar Canavarro, Toti, Zambrotta e "Ahhhh, Itália" é a vez da senhorinha de 68 anos que deu depoimento logo após o capítulo de sábado de Páginas da Vida. Longe de emitir juízo de valor sobre seu relato, o que quero dizer é que hoje nada escapa aos olhos da internet. Isso me lembra uma passagem da bíblia, especificamente o livro do Apocalispe: "Todo olho O verá", em referência a volta de Jesus Cristo ao nosso plano. Isso me dá medo.

domingo, julho 16, 2006

"Ahhhh Itália"



Acabei de saber, por intermédio de meu amigo e maquinista da Supervia, Carlos Ramiro, que os 20 trens coreanos encomendados pelo governo do estado agora serão só 10. A governadora Rosinha Garotinho deu um calote no BID - que estava financiando as locomotivas - e por isso, ficamos sem todos os trens que viriam. Lamentável mais uma vez. Quando teremos um transporte de massa decente no nosso Rio de Janeiro? As linhas de ônibus são desorganizadas, sobrepostas umas às outras em alguns lugares, faltando em outros. O metrô, apesar de bom, ainda é limitado, e os trens, embora tenham melhorado, ainda precisam de um upgrade muito maior. Como diz o Vanucci bêbado: "Ahhhh Itália"

sexta-feira, julho 14, 2006

Sobre falsários e estupidez...

Hoje recebi mais um daqueles textos mirabolantes do "Arnaldo Jabour" (sic). Desta vez era ensinando aos homens como não serem cornos. Olha eu nunca li tanta estupidez em tão poucas linhas. Fuçando na internet descubro que o texto nada tem do verdadeiro Jabor - não Jabour, como veio assinado o texto falso - e que em sua coluna semanal em O Globo, nesta segunda, ele havia escrito exatamente sobre os textos falsos com sua autoria circulando na internet. Vale a leitura, sem sombra de dúvida. E vale também para as pessoas não acreditarem em tudo o que recebem pela internet, desde o fígado na banheira com gelo ao número embaixo da caixa de leite.

Clique aqui para ler o texto. Boa leitura a todos

quarta-feira, julho 12, 2006

Fecha a conta e passa a régua...


Todo mundo já deve ter visto, mas não pude deixar de registrar isso aqui. Trata-se do jornalista Fernando Vanucci (ex-Rede Globo) apresentando o programa Bola na Rede!, na Rede TV!, neste último domingo, após o jogo entre Itália e França, na qual a primeira se sagrou campeã. Vanucci dá claros sinais que está completamente bêbado e mancha mais uma vez sua carreira de apresentador televisivo. É ultra engraçado, mas analisando friamente, dá pena. É coisa de alcoólatra ou de gente muito irresponsável. Como conheço bem a primeira opção - já vivi isso em casa - fico com ela. Alcoolismo é coisa séria. Uma pena.

O vídeo está neste link

segunda-feira, julho 10, 2006

Perdeu Mano!


Ufa! Consegui reduzir o preço do seguro do meu carro. Mesmo assim está caríssimo. Sem contar os juros do parcelamento, estou pagando por ano, 20% do valor do meu carro. Que absurdo é termos de pagar pelo o que o Estado não investe em segurança. Vivendo sob o constante risco do "Perdeu, Mano". Isso tudo me cansa. Me cansa muito.

sexta-feira, julho 07, 2006

Tudo é possível


Quando meu professor de psicologia da faculdade dizia que "A mim, ser humano, tudo me é possível" (sic) eu não levava muita fé. Mas ontem acabei comprovando a teoria. Já vinha pensando em escrever algo sobre o assunto, mas era pra ser um texto curto, parte da série "Tem lei para quê?". No entanto, me arrisco agora a escrever um texto longo e que talvez minhas leitoras - e leitores - não cometam a bobagem de chegar ao seu final. Mas se chegarem, vou estar lá e compartilhar meus pensamentos.

Bem, o assunto era a lei que determina a criação de um vagão específico para mulheres nos trens e metrô do Rio. Por si só um assunto polêmico até mesmo entre as meninas, o que dirá entre os homens. Eu ia dizer que vejo todos os dias homens nesses vagões desrespeitando a lei – e quiçá as mulheres. Embora não concorde com esta lei (calma meninas, explico depois), acho que ela tem de ser cumprida. E não está sendo.

Eu explicar depois, mas vou explicar logo, sob pena de tomates, ovos e tortas na cara. Separar as mulheres em um vagão só, para mim, é um tremendo absurdo. Primeiro porque é como se fosse um apartheid (peguei pesado né?), segundo é que a probabilidade de você conhecer alguém no metrô e se apaixonar agora é mínima. Imaginem quantas histórias vão deixar de ser contadas. Por último, o que tem que se cobrar é respeito dos canalhas, pervertidos, abusados, assanhados que encostam seus corpos (pra ser mais suave) nos das pobres incautas meninas, não separá-los em outros vagões. E o pior, as mulheres que resolvem ir nos vagões normais ainda correm o risco de serem curradas, porque o raciocínio masculino predominante vai logo se encarregar de criar: "Se tá aqui é pra ser sarrada" e outras pérolas mais.

Por que escrevo sobre isso tudo? Ontem passeando no Orkut, procurei uma comunidade do metrô, do tipo "Eu ando de Metrô". Pra minha surpresa - nem tanta - havia uma com título algo parecido como "Encoxadores do Metrô Rio". Até então pensei que os caras haviam se profissionalizado e estavam ali para trocar experiências sobre os abusos e suas vítimas femininas. Para minha surpresa era uma comunidade gay, com caras marcando "encontros" em vagões tais, portas tais, que se tivesse ali, poderiam passar a mão no p... deles, que eles passsavam no de quem tivesse ali. Uma loucura. Minha primeira providência foi evitar a segunda porta do primeiro vagão, pois é ali que estão os encoxadores gay. Meu deus, tem de tudo nessa comunidade. Conclusão, o apartheid criou um nicho para os gays, que não são mais obrigados a conviverem com tantas mulheres a sua volta, pelo menos na hora do rush.

Dentro dessa comunidade, achei indicação para uma outra, essa sim dos "encoxadores" profissionais de ônibus, trens, filas de banco (?!), vitrines de lojas (?!). Eles lá trocavam experiências sobre as encostações e esfregações, ensinavam táticas, estabeleciam metas diárias e mensais, tinha de tudo. É a institucionalização da sacanagem. A oficialização da libertinagem masculina - e feminina. Mais engraçado era ver alguns relatos de meninas - uma até muito bonitinha, não parecia ser perfil falso - que gostavam (pouquíssimas), também contando suas experiências.

Olha, até acho que no metrô podem haver algumas situações digamos assim excitantes. Sei que é agora que vêm os tomates. Mas muitas vezes é inevitável e quem pega metrô lotado sabe disso. Não estou falando de abusos, mas sim de coisas leves, ficar perto de uma mulher cheirosa, um certo contato físico, repito, sem abuso, sem aquilo enconstando naquilo outro, nem mãos distraídas, como os relatos da dita comunidade. Mas entrar no orkut para dividir experiências de coisas que já se sai de casa pensando nelas, todos os dias, é muita falta do que fazer. Ou então o século XXI está nos deixando loucos mesmo, como eu escrevi outro dia por aqui. Aos poucos vão todos embarcando nesse trem de tantãs que é a existência humana.

Com isso vejo que realmente "tudo me é possível", até onde vão as taras e as mentes do ser humano, se é que elas param em algum lugar. E a internet é o território livre ideal para essas pessoas extravasarem suas mais íntimas fantasias e colocaram ali, tudo que pensam, sem medo de serem descobertos, na prática de um exercício de absoluta catarse.