Não costumo ser uma pessoa conservadora. Por muitas vezes eu abomino esse tipo de comportamento. Não sou o dono de um cabaré a toa né? Mas hoje temo que eu seja conservador ao expor minha opinião. Me perdoem as leitoras, me perdoe meu alter ego. Aliás, acho que é o próprio alter ego quem vai escrever as próximas linhas.
Fiz essa chacrinha toda para falar do filme Shrek 3º, que fui ver com a Taty no sábado, no Via Parque – aliás, aqui vai a dica, cinema sempre vazio a R$ 15 e boas salas de exibição. Shrek, creio eu, é um filme dirigido para crianças e adultos bobo alegres como eu e minha esposa.
Mas é a parte infantil que me interessa. Entre os personagens do filme, está nada mais nada menos do que um travesti. Colocado ali, sem explicação alguma, já que todos os personagens do filme saíram de contos de fadas. E não há registro em minha memória de que houvesse um traveco entre eles.
E qual o problema disso, irá perguntar minha querida leitora? Nenhum. Travestis estão por aí em todos os lugares e respeito a opção – às vezes duvido que seja opção – de vida deles. Mas em hipótese nenhuma acho legal colocar um travesti num filme de criança. Eu não sou mais criança, mas qual a mensagem que passa um homem vestido de mulher para uma pessoinha de 5 anos?
Temo ser preconceituoso ou obtuso nas próximas linhas, mas a princípio é minha opinião: a mensagem ali é “ser travesti é normal”. “Vamos apresentar isso às crianças porque mais cedo ou mais tarde elas vão se deparar com um”. “Ou quem sabe até ser um”. Bem, eu não precisei conhecer esse tipo de coisa quando tinha 5 anos. Conheci quando tinha que conhecer, já maiorzinho, quando podia ter um mínimo de entendimento.
Faz alguma diferença? Acho que faz. Uma pessoa que nasce homem e quer ser mulher sofre alguma espécie de desvio de caráter, de não aceitação de si mesmo. Diferente de simplesmente ser homossexual, que é uma coisa, creio que nasce com a pessoa e, embora não seja absolutamente natural, é inevitável. É simplesmente se sentir atraído sexualmente por alguém do mesmo sexo. Em termos, normal.
Então é isso que se está colocando na cabeça das crianças. “Não se aceite”. “Queira ser algo diferente do que você é”. “Burle a natureza”. Não é que eu ache que vai haver mais travestis no mundo por causa disso. Mas acho que é uma mensagem meio perversa num mundo já tão cheio de informação como o de hoje. Será que um ser de 5 anos é capaz de filtrar corretamente as informações? Não acho.
segunda-feira, junho 18, 2007
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