Não é sempre que a gente pode estar envolvido ali pertinho nos meandros da política. Mas ontem eu estava. Aceitei uma carona de um influente secretário de Estado do governo da Rosinha Garotinho. Papo vai, papo vem, o assunto, como não podia deixar de ser, vai parar na já finda greve de fome do Garotinho. Nosso secretário, claro, partidário do ex grevista (de fome), teceu elogios a ele: "Garotinho é um mestre. Quem acha que ele deu um tiro no pé fazendo a greve de fome se enganou. Ele conseguiu tudo o que queria. Primeiro, desviou a atenção da mídia das irregularidades encontradas pelo TCU na sua campanha. Segundo, vai conseguir, quase com certeza, o que sempre quis, ou seja, lançar a candidatura própria do PMDB à Presidência da República e vai estar nela. Explica-se: abalado pelas denúncias, lançou agora o Pedro Simon, político histório do partido - e bastante respeitado no mundo político - e bem provavelmente será seu vice. Ele é um mestre", termina a explanação meu interlocutor. Eu ainda adicionaria uma coisa que ele conseguiu. Fazer com que os crentes acreditassem que ele fez jejum. Tenho que dar o braço a torcer. Estratégia perfeita, que pode representar uma candidatura alternativa ao Lula e num eventual segundo turno ter grandes chances de vitória. O meu temor é se o Simon, que já tem uma idade avançada, morre. Garotinho presidente. Nem em meus piores pesadelos poderia prever isso.
quinta-feira, maio 25, 2006
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